“Macabéa, personagem central de A Hora da Estrela de Clarice Lispector, é uma retirante nordestina que vai tentar vida nova na cidade grande (Rio de Janeiro). Filha do sertão, nasceu e permaneceu raquítica. Anônima, desajeitada, desgarrada do mundo, tudo nela inspira descompasso e compaixão. Seus dias dividem-se entre o trabalho como datilógrafa e o pretendente, também nordestino, Olímpico de Jesus. As madrugadas, para ela, são embaladas pelos sons regulares da Rádio Relógio: hora certa, anúncios, pouca ou nenhuma música. (...) É por intermédio dessa escuta, entretanto, que Macabéa vai lentamente construindo um certo reconhecimento sobre si e sobre o mundo.”
“Entre a palavra e o silêncio, entre o que diz e o que está implícito em seu dizer, situa-se o texto de Clarice. Ler o seu texto é penetrar
nesse âmbito elétrico onde forças opostas se digladiam. (...) Se quisermos saber o que diz o seu texto, devemos interrogar também
o silêncio. Não o silêncio que se situa antes da palavra e que é um querer dizer, mas o outro, o que fica depois dela e que é um saber
que não pode dizer a única coisa que, de fato, valeria a pena ser dita.”
Berta Waldman
nesse âmbito elétrico onde forças opostas se digladiam. (...) Se quisermos saber o que diz o seu texto, devemos interrogar também
o silêncio. Não o silêncio que se situa antes da palavra e que é um querer dizer, mas o outro, o que fica depois dela e que é um saber
que não pode dizer a única coisa que, de fato, valeria a pena ser dita.”
Berta Waldman
COMENTÁRIO: TUDO NO MUNDO COMEÇOU COM UM SIM...
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